#85 ChatGPT Tasks, AI Transformando a Educação na Nigéria e o1 Alcançado por DeepSeek-R1
Mais uma semana de avanços no universo das Inteligências Artificiais Generativas!
E, como aqui você não perde nada do que acontece, esta edição está recheada de assuntos interessantes e relevantes. Os temas de hoje são:
OpenAI lança ChatGPT Tasks; AI transformando a educação na Nigéria; Deepseek-R1 lançado para competir com o o1; Gere imagens com o novo modelo da Runway; Gere vídeos com o novo modelo da Luma Labs.
News
OpenAI lança ChatGPT Tasks
A OpenAI acaba de lançar uma nova funcionalidade dentro do ChatGPT.
Ela se chama Tasks e permite que o usuário agende tarefas dentro da ferramenta.
Com ela, o usuário pode escolher um objetivo (por exemplo: “pesquise as notícias mais recentes sobre o mercado financeiro”) e estabelecer o momento para o ChatGPT executá-lo (por exemplo: “hoje às 17 horas”, “todos os dias às 9 horas da manhã”).
Assim, para situações às quais você sabe que vai precisar de uma informação ou realizar alguma ação no futuro (seja de maneira recorrente ou pontual), o Tasks é muito útil.
Com a nova funcionalidade, você não precisa se lembrar da tarefa sozinho, nem ter que ir ao ChatGPT e escrever o seu comando todas as vezes. Basta que você crie uma Task que, no horário programado, você receberá um e-mail e uma notificação com a tarefa executada.
Na prática, você pode usar o Tasks para:
Pesquisar sobre as notícias mais importantes da sua área, todos os dias de manhã;
Praticar um novo idioma com você, em um dia específico da semana ;
Trazer informações relevantes sobre o mercado financeiro antes dos mercados abrirem;
Dar sugestões de atividades para fazer no final de semana, baseado nos seus gostos, eventos na região e previsão do tempo, todas as sextas-feiras;
Criar, todos os dias, novos exercícios e desafios para praticar algo que está aprendendo;
Resumir os principais artigos acadêmicos publicados no mês no seu campo de atuação;
E muito mais.
Apesar de ser uma funcionalidade simples, ela pode ser de bastante valor para muitos usuários.
Mas como criar essas Tasks?
Primeiro, é importante ressaltar que por enquanto, a funcionalidade só está disponível para assinantes do ChatGPT Plus ou Teams.
Sendo assinante de um destes planos, para criar novas tarefas, basta selecionar o modelo “GPT-4o with scheduled tasks” e enviar o seu comando normalmente, informando o que quer que ele realize e quando você quer que ele faça isso, seja de forma pontual ou recorrente. Automaticamente, ele irá criar uma tarefa para você.
E caso você queira editar ou apagar uma tarefa, é só clicar no ícone do seu perfil, depois em “Tasks” e você verá todas as tarefas que estão ativas ou concluídas, podendo solucionar a que deseja modificar ou excluir.
Outro detalhe é que cada usuário só pode ter 10 tarefas ativas de maneira simultânea, então talvez seja necessário apagar algumas tarefas para criar novas.
No geral, é uma funcionalidade bem legal e que vale a pena experimentar.
É a primeira experiência de execução de tarefas de forma assíncrona com AI. E, muito em breve, veremos isso ser levado a um outro nível - quando agentes autônomos realizarão tarefas diárias e complexas por nós, sem nossa supervisão direta.
AI transformando a educação na Nigéria
Um estudo recente constatou o potencial das Inteligências Artificiais em revolucionarem a educação.
Ele foi conduzido por alguns pesquisadores em colaboração com escolas em Edo, Nigéria, e apoio do Banco Mundial.
A ideia do experimento era entender como o uso de AIs como tutores de alunos impactava no aprendizado (positiva ou negativamente).
Assim, durante seis semanas, entre junho e julho de 2024, 800 estudantes nigerianos do ensino médio participaram de um programa extracurricular de inglês utilizando AI Generativa, com foco em gramática, redação, habilidades digitais e conhecimento sobre AI.
Os alunos, orientados por professores, interagiram com o Microsoft Copilot (chatbot da Microsoft que tinha o GPT-4 como o modelo por trás) como tutor virtual.
Funcionava basicamente assim:
Duas vezes por semana, os estudantes participavam de aulas extracurriculares de inglês em laboratórios de informática.
Cada sessão começava com o professor apresentando o tema da semana.
Após a introdução do tema, os alunos utilizavam o Copilot para praticar os temas, com tarefas de gramática e redação.
Ao longo da sessão, os professores orientavam os alunos no uso do modelo de AI, sugerindo prompts e oferecendo suporte durante as interações.
No final de cada sessão, os professores conduziam breves exercícios de reflexão com os alunos.
Em resumo, o professor guiava a interação dos alunos com a AI e cada aluno tinha uma tutoria personalizada e adaptada às suas necessidades.
Após a intervenção, os estudantes realizaram um teste escrito para avaliar seu desempenho em três áreas principais: língua inglesa (o foco principal do projeto), conhecimento sobre AI e habilidades digitais.
O desempenho destes alunos foi comparado ao do grupo controle, compostos por alunos que não utilizaram AI, e os resultados foram incríveis:
Melhorias no aprendizado: os alunos participantes superaram significativamente os colegas que não participaram, com ganhos de aproximadamente 0,3 desvios padrão, equivalente a quase dois anos de aprendizado típico em apenas seis semanas.
Impacto em exames regulares: participantes também obtiveram melhores resultados em provas anuais do currículo escolar, sugerindo que aprenderam a usar a AI para estudar temas fora do programa.
Redução de desigualdades de gênero: as meninas, inicialmente com desempenho inferior ao dos meninos, apresentaram ganhos ainda maiores, indicando potencial da AI para reduzir gaps de aprendizado.
Ganho progressivo: cada dia adicional de participação gerou benefícios consistentes, sem evidências de saturação nos ganhos ao longo das semanas.
Ganhos impressionantes e que mostram o potencial da tecnologia em personalizar a educação e adaptar o aprendizado para as características e capacidades de cada estudante.
O mais interessante é que esta foi uma aplicação de AI extremamente simples, em um curto período de tempo, em um país em desenvolvimento e por alunos com pouca familiaridade com a tecnologia.
Isso nos leva a concluir que basicamente qualquer colégio ou aluno pode se beneficiar disso e que muito pode ser feito para obter resultados ainda melhores.
Deepseek-R1 lançado para competir com o o1
A startup chinesa DeepSeek acaba de lançar um novo modelo para concorrer com o o1, da OpenAI.
A empresa já havia lançado, no final do ano passado, o DeepSeekV3, um modelo de código aberto com performance no mesmo nível do GPT-4o e outros modelos de fronteira.
Nesta semana, foi a vez de lançar o competidor do o1, o seu novo modelo, DeepSeek-R1.
O R1, assim como o o1, é especializado em raciocínio avançado e passa mais tempo pensando nos problemas antes de responder - sendo ideais para questões complexas, desafiadoras e de campos como matemática, física e programação.
Para conseguir passar mais tempo pensando nos problemas, o modelo foi treinado de forma semelhante ao da OpenAI - usando um método conhecido como aprendizado por reforço.
No aprendizado por reforço, o modelo aprende a resolver problemas recebendo recompensas ou penalidades com base em seu desempenho, permitindo que ele refine suas estratégias ao longo do tempo.
Assim, durante o treinamento, eles fizeram com que o modelo gerasse longas cadeias de pensamento - respostas que seguem um raciocínio passo a passo - cada vez mais coerentes, uma vez que eles recompensavam as que levavam a respostas corretas.
Com isso, a DeepSeek conseguiu atingir resultados muito significativos.
Quando comparado com o o1 nos principais benchmarks do mercado, o modelo se saiu muito bem:
O DeepSeek-R1 obteve pontuações bem a par com o1 em todos os testes, sendo capaz de superá-lo em três deles: AIME 2024, MATH-500 e SWE-bench - testes estes que medem capacidades de matemática e programação.
Realmente incrível. E tudo isso apenas quatro meses após o lançamento do o1.
Para completar, o R1 é de código aberto, podendo ser baixado e utilizado por qualquer pessoa gratuitamente. Para baixar o modelo é só clicar aqui.
Ele também pode ser acessado por meio do chatbot da DeepSeek (como o ChatGPT), basta clicar aqui, fazer login gratuitamente e selecionar “DeepThink” antes de enviar seu prompt.
E para aqueles que desejam criar aplicações a partir dele, o modelo também está disponível via API e custa quase 98% menos do que o modelo da OpenAI.
Um incrível lançamento por parte da empresa chinesa, que surpreende pela velocidade e qualidade de seu desenvolvimento.
Eu recomendo fortemente que você teste-o na prática e veja, por si mesmo, suas capacidades e limitações.
Indicações
Runway Frames
Gere imagens de alta qualidade com esse novo modelo de geração de imagens com AI da Runway.
Luma Labs Ray2
Experimente o novo modelo de geração de vídeos com Inteligência Artificial da Luma Labs.
Dica de Uso
As vezes, tudo o que você precisa para obter melhores resultados usando os modelos de linguagem é dar mais contexto a eles.
Na maioria das vezes em que estes modelos geram respostas genéricas, superficiais ou não aplicadas às situações específicas, isso acontece devido a uma falta de informações.
Por isso, dar contexto aos modelos é a solução. Mas o que é exatamente isso?
Dar contexto é enviar, junto com seu prompt informações sobre o seu objetivo, explicações sobre o que você faz, bibliografias que devem embasar a resposta da AI, exemplos de boas respostas, etc. Nem sempre você precisa enviar todas estas coisas, o importante é enviar informações relevantes e relacionadas ao que você está pedindo.
Sendo assim, para as vezes em que as AIs não estiverem se saindo bem, experimente dar mais contexto para elas trabalharem. Isso faz toda a diferença.
Pensamento do Dia
É normal que nos acostumemos com os avanços no campo das AIs Generativas e que seja cada vez mais difícil nos impressionar com os lançamentos.
Mas isso não significa que os desenvolvimentos desaceleraram. Na verdade, eles continuam a todo vapor.
Então é importante se manter atento e atualizado, para não ser pego de surpresa pelos seus impactos!
Por hoje é só!
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