#69 Novidades de AI do Figma para o Mundo do Design, Google Criando Chatbots para Competir com a Character.AI e OpenAI Desenvolve AI para Criticar Respostas de Outras AIs
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A última semana não foi a mais movimentada do ano, mas temos alguns assuntos interessantes para tratar. Os temas de hoje são:
Figma anuncia novidades de AI para o mundo do design; Google criando chatbots para competir com a Character.AI e Meta; OpenAI desenvolve AI para criticar respostas de outras AIs; Use um dos mais avançados modelos de geração de vídeos com AI; Aprenda qualquer coisa com esse GPT.
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Figma anuncia novidades de AI para o mundo do design
As Inteligências Artificiais acabam de entrar ainda mais no mundo do design com as novidades que o Figma anunciou na última semana.
Para quem não conhece, o Figma é uma das principais ferramentas de design do mundo, utilizada, por designers, para criar, principalmente, interfaces de aplicativos e sites. É como o Photoshop dos designers de interface.
O Figma é uma excelente plataforma, eu mesmo utilizo desde 2019, mas estava demorando para anunciar funcionalidades de AI Generativa - ainda mais se considerarmos que outras startups já estão lançando produtos na área do design de interfaces há meses.
Essa espera acabou na última quarta-feira (26) quando a empresa anunciou no Config 2024 (evento que ela promove anualmente) uma série de novidades de AI em seus produto. E como o mundo gira em torno de interfaces web, essas novidades acabam interessando a todos nós.
Então vamos a elas:
Gerar designs do zero com AI: a principal e mais disruptiva novidade é a nova funcionalidade que permite criar designs a partir de simples comandos de texto. Basta escrever um prompt, que a AI do Figma criará layouts de interface e componentes, automaticamente e em poucos segundos.
Pela demonstração no evento, a AI é capaz de criar designs de qualidade bastante razoáveis, apesar se não serem tão criativos ou inovadores. Isso oferece um ótimo ponto de partida para os designers quando forem começar os novos projetos - evitando bloqueios criativos e ganhando tempo.
Gerar imagens e remover fundo com AI: agora é possível gerar imagens e remover fundos das imagens diretamente da plataforma do figma. Apesar de não ser nenhuma super novidade, é algo bastante útil e que simplifica o fluxo de trabalho.
Gerar e traduzir textos com AI: com a nova integração com AI, os designers agora podem gerar, traduzir, resumir ou reescrever textos rapidamente - é só escrever o prompt que os textos são gerados no lugar que você quiser dentro do design . Isso é bem legal para adaptar conteúdo para diferentes públicos ou ajustar o tom e o comprimento do texto conforme necessário.
Pesquisar designs dentro e fora da área de trabalho: o Figma introduziu a pesquisa visual, permitindo encontrar e reutilizar designs ao carregar uma imagem ou selecionar uma área na tela.
Isso é para aquelas equipes que trabalham com arquivos enormes de design e não conseguem encontrar onde estão determinadas partes dele. Usando a pesquisa visual, elas podem fazer o upload de uma imagem e encontrar o design correspondente dentro da sua área de trabalho.
Além disso, essa pesquisa também pode ser utilizada para encontrar designs publicados por outros usuários do Figma. Fazendo o upload de uma imagem ou escrevendo uma descrição do design, é possível encontrar o que procura rapidamente dentro da comunidade e usar em seus designs.
Construir protótipos: outra novidade é a criação rápida de protótipos interativos. Agora os designers podem transformar mockups estáticos em protótipos funcionais, com apenas um clique, facilitando a visualização na prática do que foi criado e o possibilitando o teste de interações.
Estas são as principais novidades que o Figma anunciou sobre AI. Se quiser vê-las sendo demonstradas na prática, basta clicar aqui.
Elas estarão disponíveis na plataforma do Figma gratuitamente até o final do ano. Em 2025, um sistema de preços para utilizar as funcionalidades será implementado na plataforma - então aproveite para testar logo!
Ok, são novidades bem legais, mas qual a tecnologia por trás delas?
Basicamente, visando construir algo com agilidade, o Figma optou por utilizar modelos de AI de terceiros, como o GPT-4o e o Gemini 1.5 Pro, para ser a base tecnológica de suas novidades de AI.
Eles adaptaram esses modelos em um sistema próprio, para que eles fossem capaz de compreender e interagir com conceitos e padrões específicos do design.
Apesar dessa abordagem de terceirizar a AI ter garantido velocidade, ela tem suas limitações, como o seu CEO reconhece. Essas limitações dizem respeito à variedade, qualidade e inovação dos designs criados pela ferramenta - por não serem treinados especificamente para isso, os modelos geram resultados bastante previsíveis.
Pensando em solucionar isso, o próximo passo do Figma será treinar seus próprios modelos de AI. Para tal, a empresa utilizará a grande base de dados de designs criados pelos usuários da plataforma.
Esse treinamento começará em Agosto, e os usuários que não quiserem ter seus designs usados para isso poderão optar, desabilitando isso pela própria plataforma.
Acredito que esse modelo tenha um potencial enorme, pois a qualidade dos dados que o Figma tem é muito boa.
No entanto, a novidade não foi tão bem aceita publicamente. Alguns usuários acusaram a ferramenta, com os novos recursos, de estarem gerando designs que são praticamente cópias de designs existentes.
Penso que essas acusações não fazem muito sentido, afinal, criar algo totalmente novo, sem inspirações ou referências, é uma tarefa muito difícil até para nós humanos, quanto mais para uma AI no estágio atual.
Ainda sim, o time do Figma resolveu suspender as novas funcionalidades de AI, momentaneamente, enquanto fazem alguns ajustes.
Além disso, falando sobre a repercussão, muitos designs manifestaram seu descontentamento com ao uso de AI pela empresa e pelo uso de criações de outros designers para treinar o seu próprio modelo.
Isso já era esperado, afinal, tudo isso afetará profundamente a profissão dessas pessoas. Mas é inevitável - o CEO da Figma deixou claro que esse é só o começo e essas funcionalidades melhorarão muito nos próximos meses.
Vamos acompanhar.
Google criando chatbots para competir com a Character.AI e Meta
O Google está desenvolvendo chatbots de AI para competir com o Character.AI e a Meta em um nicho específico: chatbots de personalidades e celebridades.
São aqueles chatbots que emulam o comportamento, personalidade, conhecimentos e até a voz de personagens famosos (de séries, animações, filmes, livros) e de celebridades. Esses chatbots são utilizados pelos usuários, que são em sua maioria adolescentes e jovens, como uma forma de entretenimento e passatempo.
Este é um nicho pouco falado, mas muito significativo.
De acordo com uma pesquisa da Andreessen Horowitz, pelo menos menos 13,2% das pessoas que usam as AIs fazem isso apenas para ter “alguém” para conversar.
A principal empresa que desenvolve essas AIs de personalidades é a Character.AI. A empresa oferece a possibilidade dos usuários criarem verdadeiros clones de personalidades conhecidas e conversarem com essas AIs.
Impressionantemente, ela a segunda plataforma de Inteligência Artificial mais acessada do mundo, perdendo apenas para o ChatGPT. Milhões de pessoas, passam em média duas horas por dia conversando com seus chatbots de AI, seja por entretenimento, lazer ou companhia.
Como falei na newsletter na época, a Meta também entrou nesse mercado, criando assistentes de AI para interagir no WhatsApp e Instagram, incluindo personalidades famosas como Snoop Dogg, Tom Brady, Mr. Beast, Kendall Jenner, etc.
Diferentemente da Character.AI, a própria Meta desenvolveu esses “clones” em parceria com as celebridades.
De qualquer maneira, diante do tamanho e potencial desse mercado, às vezes esquecido, o Google parece querer uma fatia dele.
De acordo com o The Information, que afirma ter conversado com duas pessoas que têm conhecimento direto do projeto, a empresa está desenvolvendo seus próprios chatbots de personalidades. A tecnologia por trás deles seria o Google Gemini e a ideia é permitir que os usuários interajam com avatares de celebridades, influenciadores e até criem seus próprios chatbots personalizados, descrevendo suas personalidades e aparência.
Ainda não se sabe ao certo se a ideia será implementada nem como ela se materializará exatamente.
Acredita-se que esses chatbots poderiam ser integrados ao YouTube, permitindo que criadores de conteúdo utilizem suas personas de AI para interagir com o público de maneira inédita.
Mas também pode ser que isso acabe apenas como um dos projetos do Google Labs - uma espécie de plataforma de experimentos da empresa (eu recomendo que você conheça, é bem legal).
De qualquer maneira, é previsto que esses chatbots sejam lançados ainda neste ano.
Esse é um nicho bastante sub-explorado pelas plataformas - como os dados mostram, milhões de jovens estão dispostos a passar horas conversando com réplicas de AI que simulam os seus ídolos ou personagens favoritos. Inclusive, isso não parece ser algo muito saudável, mas essa é outra discussão…
Vamos aguardar.
OpenAI desenvolve AI para criticar respostas de outras AIs
A OpenAI acaba de desenvolver um modelo de AI que contribuirá para o desenvolvimento de outros modelos de AI!
Antes de entrar em detalhes sobre o que foi desenvolvido, é necessário entender um pouco sobre uma parte do treinamento dos modelos de AI.
Bom, vários dos grandes modelos de linguagem (LLM) que conhecemos, como GPT-4o, Gemini 1.5 Pro e LLaMa 3, quando estão sendo treinados, passam por um processo de Aprendizagem por Reforço com Feedback Humano (RLHF, na sigla em inglês).
Nesse processo, os humanos treinadores avaliam e comparam respostas geradas pelos modelos de AI - dizendo se a resposta foi boa/ruim ou melhor/pior que outras respostas.
Esse feedback humano é então utilizado para ajustar os modelos, melhorando sua precisão e utilidade. Como RLHF, o modelo “entende” o que e como responder às perguntas e solicitações dos humanos.
Assim, esse é um processo fundamental para alinhar o que é gerado pelos modelos às necessidades e expectativas dos usuários humanos - nós.
Apesar deste processo ser tão importante, na medida em que os LLMs se tornam mais avançados, as suas respostas se tornam mais sofisticada e complexas e os erros que eles cometem tendem a ser mais sutis. Isso torna cada vez mais difícil para os treinadores humanos detectarem essas imprecisões.
Com isso, dar um feedback correto se torna progressivamente mais difícil e sujeito a erros, o que coloca a qualidade do treinamento de futuros modelos em cheque.
Pensando em solucionar isso, a OpenAI criou o CriticGPT - um modelo treinado para detectar erros nas respostas do ChatGPT - principalmente nos códigos que ele gera.
O modelo foi desenvolvido a partir do GPT-4 e a ideia é que ele auxilie os treinadores humanos a identificar problemas que poderiam passar despercebidos, fornecendo assistência explícita e aumentando a precisão das críticas.
O CriticGPT também foi treinado com RLHF, de forma semelhante ao ChatGPT. Mas, ao contrário do ChatGPT, em seu processo de RLHF ele recebeu como input uma série de códigos que continham erros e depois teve que criticar. Apos isso, os treinadores humanos determinavam se ele identificou corretamente o erro ou não - reforçando o bom comportamento.
O CriticGPT aprendeu a detectar os erros e a comparar diversas críticas para identificar a mais precisa.
Quando testado, o CrictGPT superou os humanos na capacidade de encontrar erros e gerar críticas mais compreensivas.
Assim, quando aliado aos humanos no processo de RLHF, os resultados mostraram que o CriticGPT melhora significativamente a capacidade dos treinadores de detectar erros. As críticas assistidas pelo CriticGPT são mais abrangentes e contêm menos alucinações do que críticas geradas sem assistência. Em experimentos, treinadores que usaram o CriticGPT superaram aqueles que não usaram em 60% das vezes.
Apesar do CriticGPT melhorar a detecção de erros, ainda há limitações.
Isso, pois ele foi treinado principalmente com respostas curtas, o que o torna pouco eficaz para avaliar respostas longas longas e complexas.
Além disso, o CriticGPT ainda pode gerar alucinações, ou seja, detectar erros que não existem ou deixar passar erros reais. E suas críticas incorretas podem acabar induzindo os treinadores humanos ao erro.
Ainda há muito o que melhorar, mas esse desenvolvimento é muito interessante e promissor para o futuro treinamento de modelos de AI.
O CriticGPT já será inserido no processo de RLHF da OpenAI e é apenas o começo da inserção de AIs no treinamento de outras AIs.
Indicações
Gen-3
O novo modelo de geração de vídeos da Runway já está aberto para acesso e agora qualquer pessoa pode gerar vídeos com ele..
Aprenda qualquer coisa
Use esse GPT para aprender sobre qualquer assunto. Diga o tema e aprenda de forma interativa!
Dica de Uso
Como acessar o Claude estando no Brasil.
Na última semana falei sobre o lançamento do Claude 3.5 e mencionei que ele não está disponível ainda para o Brasil. No entanto, se você quer utilizar o melhor modelo de AI do mundo, eu tenho uma solução para você.
Siga o seguinte passo a passo:
Baixe o navegador Opera - pode ser no celular ou no desktop;
Com ele baixado, vá na parte do seu perfil (canto inferior da tela, se você estiver no celular) e clique no botão “VPN”;
Isso vai ativar o VPN e você poderá escolher a localização que deseja estar virtualmente. Pode escolher qualquer continente, é bem improvável que você caia em um país que o Claude não está disponível -se isso acontecer é só desligar e ligar o VPN;
Com o VPN ligado e dentro do navegador Opera, entre no site do Claude (claude.ai) e faça login com Google;
Em seguida será pedido uma verificação com número de telefone. Selecione a àrea como internacional (é a primeira opção) e coloque o seu número;
Forneça o código que irão te mandar e pronto!
A partir daí, sua conta está criada e você pode até apagar o Opera e acessar o Claude de qualquer navegador.
Esse processo é bem simples e rápido e vale muito a pena - o Claude realmente é muito bom. Se tiver qualquer dúvida ou problema nesse processo, pode nos chamar.
Pensamento do Dia
Se você tem o interesse em desenvolver soluções com AI e pensa que já existe muita concorrência ou muitas ferramentas no mercado, não se desanime. Boa parte das ferramentas de AI que existem são muito boas no papel, mas falham na prática.
Ainda há muito espaço e oportunidade para soluções com AI que funcionem realmente bem.
Por hoje é só!
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