#49 Meta Criando uma AGI Open Source (?), o Plano Pago do Microsoft Copilot e Universidade Americana Adota o ChatGPT em seu Programa
Se, nas últimas duas semanas, o universo das Inteligências Artificiais Generativas têm sido um pouco monótono, a nossa newsletter continua cheia de assuntos e conteúdos relevantes para você se preparar para o futuro que está sendo construído diante dos nossos olhos.
Os temas de hoje são:
Meta dá foco total no desenvolvimento de uma AGI open source; Microsoft anuncia plano pago para o Copilot; Universidade americana passa a adotar o ChatGPT em seu programa; Crie músicas gratuitamente com essa AI; Transforme sua experiência de compra com essa nova ferramenta de AI.
News
Meta dá foco total no desenvolvimento de uma AGI open source
Há cerca de dois anos, o Facebook passou a ser chamado de Meta. Com essa mudança, a empresa de Mark Zuckerberg sinalizava que o seu foco seria o desenvolvimento do Metaverso.
Hoje, o “hype” do Metaverso passou e, apesar da Meta ainda estar investindo bilhões em tecnologias relacionadas, ela está mudando o seu foco para as Inteligências Artificiais Generativas.
Recentemente, Zuckerberg deu uma entrevista para o The Verge e anunciou em seus canais de comunicação que o novo objetivo da Meta é desenvolver uma Artificial General Intelligence (AGI) e torná-la o mais aberta e acessível possível.
Para quem não tem familiaridade com o termo, AGI pode ser definido como:
Um sistema autônomo que supera os humanos em todas (ou quase todas) as atividades economicamente valiosas.
Como já falamos várias vezes aqui na newsletter, a Meta vem investindo muito em pesquisa e desenvolvimento de AIs, já tendo lançado modelos de linguagem, de voz, de música e de imagem - sendo que a maior parte deles é de código aberto.
O seu lançamento mais marcante foi o LLaMA 2, um grande modelo de linguagem (LLM) com capacidades similares ao GPT-3.5, só que muito mais leve e open source (o que significa que todos podem baixá-lo e acessar o seu código).
Mesmo com tantos lançamentos no último ano por parte do time da Meta AI, a empresa agia mais como um “coringa” no mercado, construindo tecnologias novas e fomentando desenvolvimentos, sem ter a mesma relevância da OpenAI.
Mas Mark vê algo diferente para o futuro da Meta. Ele não só quer entrar na corrida pelo desenvolvimentos de modelos de fronteira, competindo com Google, OpenAI e Microsoft, como pretender assumir a liderança em poucos anos e descentralizar a tecnologia o máximo possível.
E a Meta tem as duas coisas mais importantes para tornar isso possível: talento humano e recursos computacionais e financeiros.
Sobre esses recursos, além de possuir muito capital, a Meta, no final deste ano possuirá mais de 340.000 dos escassos e concorridos GPUs H100 da Nvidia – o chip preferido da indústria para o desenvolvimento de modelos de AI.
Esses GPUs são fundamentais para criar e manter os melhores modelos de AI do mundo.
Segundo Mark Zuckerberg, essa capacidade computacional talvez seja maior do que a de qualquer empresa do mercado.
Isso significa, então, que, em tese, o plano de Mark rumo à AGI faz sentido. Mas na prática, o que está sendo feito para chegar nisso?
Bom, a equipe de pesquisa em AI da Meta, denominado de FAIR, está sendo transferida para a mesma parte da empresa que a equipe que cria produtos de AI Generativa nos aplicativos da Meta. O objetivo é que os avanços da AI da Meta alcancem mais direta e rapidamente seus bilhões de usuários.
Além disso, o LLaMA 3 já está sendo desenvolvido e pode ser que alcance o GPT-4 quando estiver pronto.
Porém, na medida em que esses modelos de AI da Meta se tornam mais poderosos e se aproximam de uma AGI, mais complicado e perigoso se torna disponibilizá-los publicamente.
Então será interessante ver até quando essas tecnologias serão abertas e acessíveis.
Vamos acompanhar e trazer atualizações.
Microsoft anuncia plano pago para o Copilot
A Microsoft é detentora de cerca da metade das ações da OpenAI e, desde o início do ano passado vem integrando os modelos de AI Generativa em suas aplicações.
Uma dessas integrações era a da sua ferramenta de busca, o Bing - através do Bing Chat. Inicialmente integrado aos GPT-3.5 e 4 e posteriormente ao DALL-E 3, o chat se tornou uma das melhores alternativas ao ChatGPT.
O Bing Chat sempre foi gratuito e era até bom demais para ser verdade.
A conta para a Microsoft não parecia fechar, uma vez que rodar um modelo como o GPT-4 é bem caro e ela não obtinha nenhuma receita direta por meio dele.
Mas há algumas semanas o Bing passou por um rebranding e se tornou Copilot.
A Microsoft lançou até um aplicativo exclusivo para o Copilot, desassociado do Bing. Para baixá-lo é só clicar aqui.
E na última semana, o Copilot ganhou um plano pago, o Copilot Pro.
Esse plano pago é como um ChatGPT Plus, oferecendo algumas funcionalidades a mais por uma assinatura mensal. Eis as funcionalidades extras do Pro em relacão ao Copilot normal:
Acesso prioritário ao GPT-4 e GPT-4 Turbo, inclusive durante horários de pico;
Acesso ao Copilot em aplicativos selecionados do Microsoft 365 para redigir documentos, resumir emails, criar apresentações e etc;
Criar imagens com o DALL-E 3 em formato paisagem e mais rapidamente com 100 boosts por dia.
A segunda funcionalidade, que integra o GPT-4 ao PowerPoint, Word, Outlook e outros apps é realmente útil, mas só está disponível para aqueles que assinam o pacote Office. Dá uma olhada nesse exemplo de integração.
De qualquer maneira, o Copilot Pro custa os mesmos 20 dólares por més do ChatGPT Plus.
Tendo em vista que ele não deixa a desejar em nenhum aspecto para o chatbot da OpenAI e oferece essas integrações a mais, acredito que o Copilot valha mais a pena atualmente.
Eu só espero que a Microsoft continue a oferecer o GPT-4 de maneira gratuita e com limitações de uso razoáveis. Afinal essa é uma das únicas formas de acessar o modelo de AI mais avançado do mundo sem pagar nada - e nem todo mundo tem 20 dólares por mês para gastar.
Universidade americana passa a adotar o ChatGPT em seu programa
A partir de fevereiro, a Arizona State University (ASU) terá acesso total ao ChatGPT Enterprise. Essa versão do ChatGPT foi desenvolvida para instituições de grande por e oferece maior proteção de dados e acesso ilimitado ao GPT-4.
A parceria está em andamento há pelo menos seis meses e a universidade e planeja usá-lo para cursos, aulas particulares, pesquisas e muito mais.
A ASU planeja construir um tutor de AI personalizado para os alunos, não apenas para determinados cursos, mas também para tópicos de estudo. As disciplinas de ciências, tecnologias e exatas serão o foco inicial.
A universidade também usará a ferramenta em um dos maiores cursos da ASU, o Freshman Composition, para oferecer aos alunos ajuda na redação.
Além disso, a ASU até oferecerá aulas de prompt engineering, disciplina que ensinará aos alunos como “comandar” as AIs Generativas da a fim de obter maior controle sobre elas e atingir os melhores e mais eficientes resultados.
E, em Fevereiro, a diretoria da universidade pedirá aos professores para submeter outras e novas ideias para aplicar o ChatGPT no processo de ensino.
Bem interessante, né?
Essa parceria com a OpenAI, através da assinatura do ChatGPT Enterprise, faz muito sentido, uma vez que mostra o compromisso da ASU em adotar a nova tecnologia, ao mesmo tempo que garante que alunos e professores consigam usar a melhor tecnologia do momento - o GPT-4 - de maneira ilimitada e segura.
As AIs podem ser ferramentas muito poderosas para melhorar as práticas educacionais. Nós já demos vários exemplos de como utilizar as AIs para educação em nossos vídeos, e se você se interessa pelo tema, eu recomendo que você dê uma olhada nesse que fizemos para o dia dos professores.
Também indico esse artigo de Ethan Mollick sobre sete abordagens para utilizar AIs nas salas de aula.
Voltando à notícia, acredito que adotar uma postura como a da ASU faz muito mais sentido do que colocar os modelos de AI em posição de antagonismo frente as instituições de ensino, como se eles não tivessem nada a agregar.
E, como impedir a adoção de certas tecnologias é praticamente inevitável - os alunos utilizarão as AIs independentemente de serem proibidas ou incentivadas -, em breve veremos mais universidades e colégios seguindo o mesmo caminho da Arizona State.
Indicações
Beatoven.ai
Gerador de música com Inteligência Artificial gratuito. Perfeito para criar músicas de fundo personalizadas e sem royalties.
Showroom
Encontre e compre roupas de maneira extremamente rápida e eficiente, utilizando essa ferramenta de AI (ainda em fase de waitlist). Veja o vídeo demonstrativo aqui.
Dica de Uso
Uma das formas de fazer com que ferramentas de AI, como ChatGPT, Claude e Bard, produzam melhores respostas para solicitações mais complexas é especificando as etapas necessárias para cumprir a tarefa.
Não entendeu? Deixa eu explicar com um exemplo.
Suponhamos que você deseja resumir um texto e traduzi-lo para espanhol. Aos invés de simplesmente escrever um comando que diga “resuma o texto abaixo e traduza-o para espanhol:…”, escreva:
Siga as seguintes etapas:
Passo 1 - Eu te fornecerei um [texto]. Resuma este texto em uma frase.
Passo 2 - Traduza o resumo do Passo 1 para o espanhol.
Texto: [insira o texto]
Apesar desse exemplo ser simples e não necessitar um prompt tão elaborado, utilizar essa técnica é bastante útil para tarefas mais complexas. Teste e me conte.
Pensamento do Dia
"Technology gives us power, but it does not and cannot tell us how to use that power."
- Jonathan Sacks
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